Testosterona e Desempenho Cognitivo: Explorando a Conexão e Evidências Científicas

A testosterona é um hormônio esteroide essencialmente conhecido por seu papel no desenvolvimento sexual masculino, mas também desempenha um papel crucial em várias funções corporais, incluindo o desempenho cognitivo. Nos últimos anos, tem havido um interesse crescente em compreender como a testosterona influencia o funcionamento do cérebro e o desempenho cognitivo em homens e mulheres. Neste artigo, examinaremos as evidências científicas sobre a relação entre testosterona e desempenho cognitivo.

Testosterona e Função Cognitiva em Homens:

Estudos têm demonstrado uma associação entre os níveis de testosterona e diferentes aspectos da função cognitiva em homens. Pesquisas sugerem que níveis mais elevados de testosterona estão associados a um melhor desempenho em áreas como memória verbal, habilidades visuais-espaciais e função executiva. Além disso, a testosterona também foi associada a uma melhora na velocidade de processamento cognitivo e na capacidade de resolver problemas.

Um estudo publicado no Journal of the American Geriatrics Society observou que homens mais velhos com níveis mais altos de testosterona livre tinham um desempenho cognitivo melhor em testes de memória episódica e fluência verbal. Isso sugere que a testosterona pode desempenhar um papel na proteção contra o declínio cognitivo relacionado à idade em homens.

Testosterona e Função Cognitiva em Mulheres:

Embora a testosterona seja frequentemente associada aos homens, também desempenha um papel importante na função cognitiva das mulheres. Estudos mostraram que a testosterona está positivamente correlacionada com a memória verbal, a função executiva e a velocidade de processamento cognitivo em mulheres. Além disso, níveis mais altos de testosterona foram associados a um melhor desempenho em testes de atenção e raciocínio espacial.

Uma revisão sistemática publicada na revista Psychoneuroendocrinology analisou estudos sobre os efeitos da terapia de reposição hormonal com testosterona em mulheres pós-menopáusicas. Os resultados sugerem que a terapia de reposição hormonal com testosterona pode ter efeitos benéficos na função cognitiva, incluindo melhora da memória e da atenção.

Mecanismos Subjacentes:

Os mecanismos pelos quais a testosterona influencia a função cognitiva ainda não são completamente compreendidos, mas várias teorias foram propostas. Uma delas sugere que a testosterona pode modular a atividade de neurotransmissores, como dopamina e serotonina, que desempenham papéis importantes na cognição. Além disso, a testosterona também pode influenciar a plasticidade sináptica e a neurogênese, processos essenciais para a aprendizagem e memória.

Conclusão:

As evidências científicas sugerem uma relação entre os níveis de testosterona e o desempenho cognitivo em homens e mulheres. Níveis mais altos de testosterona estão associados a um melhor desempenho em uma variedade de testes cognitivos, incluindo memória, atenção e raciocínio. No entanto, é importante notar que os efeitos da testosterona no cérebro podem variar de acordo com uma série de fatores, incluindo idade, sexo, saúde geral e até mesmo genética.

Embora mais pesquisas sejam necessárias para entender completamente os mecanismos subjacentes, as evidências atuais sugerem que a testosterona desempenha um papel importante na função cognitiva e pode ter implicações importantes para o desenvolvimento de estratégias de intervenção para melhorar o funcionamento cognitivo em populações diversas.

Referências:

• Hogervorst, E., Bandelow, S., Combrinck, M., Smith, A. D. (2004). Low free testosterone is an independent risk factor for Alzheimer’s disease. Experimental Gerontology, 39(11-12), 1633-1639.
• Janowsky, J. S., Chavez, B., Orwoll, E. (2000). Sex steroids modify working memory. Journal of Cognitive Neuroscience, 12(3), 407-414.
• Davis, S. R., Shah, S. M., McKenzie, D. P., Kulkarni, J., & Davison, S. L. (2018). Effects of testosterone on cognition and mood in male patients with mild Alzheimer disease and healthy elderly men: A randomized, double-blind, placebo-controlled trial. American Journal of Geriatric Psychiatry, 26(2), 190-199.